Como é que a pandemia por COVID-19 afetou os pinguins da África do Sul?

03-10-2023

Última edição: 04-10-2023 | Hora: 00:18 | Autor: Beatriz Mota | 3 min 

O pinguim africano está mais ameaçado de extinção do que o rinoceronte branco, e potencialmente enfrenta a extinção em apenas 15 anos. Seaforth Beach é um dos vários locais de reprodução ao longo de um trecho de 1,25 milha de litoral sul-africano protegido que compõe a colónia de pinguins africanos Simon's Town e inclui a célebre Boulders Beach. Esta é a única colônia de pinguins africanos cujo número permanece estável, enquanto outras colónias insulares ao longo da costa sul-africana estão em declínio alarmante.

Os pinguins africanos estão em perigo, o que explica por que os conservacionistas se esforçam ao extremo para salvar aves - para reforçar o gene pool cada vez menor da espécie. Em três décadas, o número de pinguins nas águas da África do Sul caiu 73%, de cerca de 42.500 pares reprodutores em 1991 para 10.400 em 2021. Se essa taxa de declínio continuar, o único pinguim endêmico do continente pode ser extinto na natureza dentro de 15 anos. A perda de alimentos é a principal razão pelo qual estes animais não têm tido sucesso, principalmente como resultado da sobrepesca e também porque as mudanças de temperatura do ar e do oceano estão afetando a disponibilidade de sardinhas.

Contudo, a indisponibilidade de alimento não é a única razão para a população de pinguins não ter se conseguido manter estável ao longo do tempo.

O turismo na zona de Cape Town e arredores têm sido um fator que tem contribuído de forma negativa para a sobrevivência destes animais. No novo documentário da Apple TV, The Year Earth Changed, O Ano Que a Terra Mudou- em português, é retratada a resiliência da natureza. Apresentando imagens de todo o mundo após um ano sem precedentes, "The Year Earth Changed" é um documentário especial oportuno que adota uma nova abordagem ao bloqueio global e às histórias edificantes que saíram dele. Desde ouvir o canto dos pássaros em cidades desertas e ver baleias em Glacier Bay, até conhecer capivaras em subúrbios de toda a América do Sul, as pessoas em todo o mundo tiveram a chance de se envolver com a natureza como nunca antes. Neste documentário especial, os espectadores testemunharão como as menores mudanças no comportamento humano - reduzindo o tráfego de navios de cruzeiro, fechando praias alguns dias por ano, identificando maneiras mais harmoniosas de coexistir humanos e animais selvagens - podem ter um profundo impacto na natureza. Nesta carta de amor ao mundo produzida pela BBC Studios Natural History Unit, é possível visualizar como o mundo funciona em harmonia, quando o ser humano respeita a natureza. 

Assim, num trecho deste documentário podemos ver os pinguins da África do Sul a combater os anos perdidos. Na ausência de turistas nas praias, estas aves conseguiam fazer a travessia do mar para o ninho onde se encontram os filhotes, o que em anos anteriores não era uma tarefa tão fácil, pois estes animais não conseguiam atravessar a praia para ir buscar e levar alimento às suas crias, devido à densidade de pessoas. Deste modo, passaram a levar alimento mais que uma vez ao dia, garantido um crescimento saudável dos filhotes e garantindo uma maior taxa de sobrevivência, como nunca antes visto.

Beatriz Mota - Blog
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